A Igreja que se adapta aos tempos
- murdochwilliam28
- Jun 29
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Updated: Jun 30
Homilia do Monsenhor Moraes na igreja de Nossa Senhora do Brasil, em 29 de junho de 2025, na festa de São Pedro e São Paulo.Audio original em https://youtu.be/gqqXyUND1N8

Prezados irmãos, em Cristo nosso Senhor, estamos comemorando neste domingo essas duas colunas fundantes, sobre as quais Jesus constrói a sua Igreja, Pedro, que traz a tradição judaico-cristã, Paulo, homem judeu, de grande preparo nas Sagradas Escrituras, vai expandi-la pelo mundo não judeu, o mundo estrangeiro, o mundo chamado pagão, aqueles que não conheciam o Deus em Israel. E eles, então, são duas colunas, pelo fato de terem sido escolhidos por Deus e se dedicaram profundamente a essa relação com Jesus, transformando a própria vida na mensagem daquele que eles abraçaram fortemente com toda a existência. E nos dão, portanto, hoje a oportunidade de refletir sobre a nossa Igreja, a Igreja nossa que é fundada por Jesus sobre os apóstolos, e olhar, encarar a fé, a fé que é oriunda dos apóstolos e de seus sucessores, a fé nossa que não está submetida, nem é sugerida pelo pensar deste ou daquele nas variações do tempo, mas ela é sempre coerente com os ensinamentos dos apóstolos.
E essa coerência ocorre não sem tensões, não sem interrogações, necessitando sempre de ajustes, porque a humanidade que hoje o homem vive é diferente daquela do passado. E o desejo das respostas que Jesus vai trazer são para os homens de hoje. É então importante nós percebermos nas nossas vidas de hoje, tão cheias de comunicações, tão cheias de interpretações e tantas opiniões e desejosas de tanta parte de criticar e obliterar a verdade da Igreja, e perceber que assim como Paulo era diferente de Pedro, eles estavam sempre unidos na diversidade, ou seja, no modo diferente de ser, unidos na mesma fé, mesmo no modo diferente de ser, oriundo não só da pessoa de cada um, mas da realidade que lhe viam apostolar.
Assim, hoje, também nós percebemos que essas diferenças, elas estão sempre sendo focadas num único ponto essencial que é o próprio Jesus, fundado nos apóstolos. Isso é muito importante para nós, porque nos ajuda a dirimir essas colocações que causam intrigas e desnoteamentos a muitos de nós. Às vezes, por vias que pensamos não serem aquelas que poderiam vir, ou seja, parte daqueles que se dizem católicos, fundando a sua percepção em aspectos, em tradições fixas e não na dimensão verdadeira, que é dinâmica, mas criando então um paralelismo, ou melhor, um fixismo que prejudica a riqueza da igreja.
É importante, então, para nós, creio, numa primeira lição, que hoje podemos tirar, que precisamos nos aprofundar na fé. E o ponto de referência é o Credo, que daqui a pouco nós vamos recitar. O Credo é aquele que é uma oração muito querida dos nossos antepassados e que nós recitamos sempre quando rezamos o terço.
Mas, às vezes, ele fica tão habitual que não percebemos a sua identidade. É preciso, então, também meditar e desejar progredir no conhecimento da fé.
Hoje nós temos à nossa disposição, com as dificuldades que nos reunirmos presencialmente, nós temos todos os meios de nos aprofundar na fé, que é importante, selecionando, evidentemente, aquilo que é nosso e aquilo que parecer diferente, mas não é nosso, para podermos, então, estar bem certos na fé.
E perceber também entre nós essa diversidade, ou seja, modo de ver o acidental, mas modo único de ver o essencial. E essa purificação é sempre uma atenção e sempre necessária, ou seja, o nosso modo de ver é aquele católico. E aquele católico é esse que nós ouvimos no Evangelho sobre Pedro, que vem da pedra, que é Jesus, sobre a qual ele funda a igreja.
Dar ouvidos a Pedro é dar ouvidos aos apóstolos. Ouvir a Paulo é desenvolver a nossa fé nas colocações do mundo de hoje.
Peçamos assim a Deus, por intercessão de São Pedro e de São Paulo, que nós procuremos nos aprofundar na fé e levar a nossa referência sempre a Pedro, que hoje é Leão 14.
Esse homem que fugia das expectativas da escolha do sucessor de Francisco, e que hoje ele escolheu Deus pelos cardeais, iluminados pelo Espírito Santo. Deixemo-nos conduzir pelos ensinamentos dos apóstolos, nos seus sucessores de hoje, criemos uma mentalidade de discernimento, discernimento não que circunda no que eu acho, nos limites da minha percepção, discernimentos através de dar ouvidos àqueles que foram, pelo Senhor, colocados à frente apostolicamente, escolhidos, não se autonomearam, apostolicamente, nos ensinamentos do Senhor Jesus.
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O Papa Leão também fez uma pequena exortação sobre a diversidade de pensamentos que eu replico aqui. (Original em https://youtube.com/shorts/1X4Sh-DWyQc)
"A história de Pedro e Paulo ensina-nos que a comunhão que o Senhor nos chama, é uma harmonia de vozes e rostos, e não apaga a liberdade de cada um. Os nossos Padroeiros percorreram caminhos diferentes, tiveram ideias diferentes, por vezes confrontaram-se com franqueza evangélica.
Mas isso não os impediu de viver a concordia apostolorum, ou seja, uma viva comunhão no Espírito, uma sintonia fecunda na diversidade."




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